domingo, 22 de junho de 2014

Soneto




Nize? Nize? Onde estas agora? Aonde espera
Achar-te uma alma, que por ti suspira;

Se quando a vista se dilata, e gira
Tanto mais de encontrar-te desespera!

Ah se ao menos teu nome ouvir puderá
Entre esta aura suave, que respira!
Nize, cuido que diz, mas é mentira
Nize, cuidei que ouvia, mas não era.

Grutas, troncos, penhascos da espessura,
Se meu bem, se minh'alma em vos se esconde
Mostra-me logo tua formosura.

Mas nem mesmo um eco me responde
Assim é certa minha desventura
Nize? Nize? Onde tu estas? Aonde!


Cláudio Manuel da Costa

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